.esboços

do It. sbozzo s. m., delineação inicial de uma pintura, escultura ou desenho; bosquejo; fig., resumo; sinopse.

27.11.08

pelo invernoso enfeite das ruas recorda dias sem sombra sem lembrar onde os perdeu. dias que aos poucos ficaram poucos e num repente nenhuns. dias que de amenos passaram a menos a cada um que passava na espera que num deles tudo passasse. que num instante breve de olhar o instante onde cabe uma centelha tudo fosse de novo o antes tudo perdesse o frio as sombras numa erupção de venenos incandescentes. que as vorazes raízes sufocassem e definhassem os baços vultos que inventam e habitam tão íntimo e oculto inverno…

num breve bafo de palmas irritou o frio onde pode e seguiu inverno adentro

19.11.08

o tempo nunca pára e muito menos se engana…

29 a partir de: ontem

26.10.08

"Uma mão cheia de nada
E o mundo à cabeceira" - CT
e quase se te sente a sombra…. empoleirada num quase quase tão grande como ela esbatida por toda a ausência. enorme. um ser-se espectro um ser-se apenas binário. ser-se algures o que se quer ser tão perto. o quase onde se enterram os sonhos que sobram no fim. quando todos não forem mais que mero adubo de vida. é hora! enterra-os “e a terra será fértil…”. e se o não for? ou se pelo contrário o for em demasia? e se?

21.10.08

larga o relógio. há muito se perdeu o tempo. se perdeu do tempo. as horas já não moldam dias em calendários e datas não há tempo para seguir e não o há para voltar. há as memórias e um olhar que abarca toda a imensidão temporal

4.10.08

“Se o amor é fon fon fon
que se lixe o romantismo!” - Deolinda

e um sorriso que passa o fim da rua e vai quase ao fim do mundo…
que vai sempre a outro mundo.
.

3.9.08

"Que importa que já o saibas? Só se sabe o que já nos não surpreende." V.F.

A genialidade não mora na forma mas na ordem.
E a cada dia sinto que me não sei…

8.7.08

são só palavras. símbolos ordenados ao acaso. letras ao monte. parecem inúteis assim. sem conteúdo apenas letras. saem aos magotes em atropelos sucessivos em trocas de ordem abusivas em sentidos sem sentido e sem saber. como que feitas por fazer. espalhadas entre folhas a granel. custa a crer que sintam algo e o quanto sentem. transbordantes de indizíveis estados. pequenas explosões de calor num morno e fervilhante abraço de sol de mar de tudo o que se é. e tudo no tal comboio de corda. explosões de sentidos e palavras num escape ao cinzento vizinho do primeiro andar. o racionalzinho com a mania do controlo. envenenado pelo morno sabor. atestado em letras rendido ao sentir. e o bem que se sente de letras na mão… de aparo preso aos dedos num espalhar desordenado de riscos pelo liso branco das folhas.

4.7.08

manhã chuvosa trânsito caótico - exigência absoluta de grande cidade. transportes abarrotados todos os tipos de gente. perfumes sorrisos leves toques cruzar de olhos olhares curtas conversas curtos milhares de vidas. fones confortavelmente sentada nas pequenas letras do eterno amigo. de alma à solta em si. perdida em sorrisos percorre milhas de palavras por entre carris de letras. fones –talvez outra exigência – entra de olhar vago breve em cada vida num pensar que é nenhum que é tantas vezes o certo embrulhado nos sentidos a que o levam cada nota que o absorve e envolve e os lábios não evitam cantar. senta-se para parar o mundo sem que o saiba. olha-a. o mar de gente evapora os lábios perdem a fala o olhar fica só dela. num aperto de curva descarrila-se o olhar. salta das linhas das letras percorre desgovernado as vidas bamboleantes e cai no mar de luz que dos dele transborda. abraçados no olhar rasgam sorrisos respingados do que alguns chamam faíscas.
manhã chuvosa trânsito caótico transportes abarrotados dia de hoje não vou.

25.6.08

encho a alma. preencho-a. solto-a na dança das palavras que devoro por entre linhas letra a letra. linha a linha em sentidos mornos embebidos no veneno de que me faço. e a alma fingida em tramas que a não lembram de si. que tanto a fazem lembrar-se. que a acarinham num aperto num abraço à “quebra-ossos”. que a angustiam num consolo. a tumultuosa paz... as ténues sombras que a acompanham no escuro do silêncio.

13.6.08

sexta é hoje um treze e pessoa mora em nós.
.
não mora?

26.5.08

1&1=2
pequenos rascunhos transcritos traços de alma sentimentos decalcados estampas negras de tinta adormecidas à mão no papel esboçadas letra a letra riscos transmudados à solta em mundo de pontos. e dos pontos surge a ponte a porta aberta entre almas digitadas enormes e vivas embutidas na massa corpórea onde são sem que o vejamos onde explodem em choro e riso onde viajam rentinho ao chão e de onde partem para outros mundos em busca de um sorriso sincero de um carinho feito abraço ou apenas de outra verdade. e são tantas as verdades…

aos que passam
aos que param
aos que olham
aos que lêem
aos que vêem
às almas que feitas pontos
plantam sonhos eternos
sorrisos reais e ternos
incógnitas paixões
sentimentos sensações
feitos a ponto e letra
outra pena outro papel
e soltam palavras e ecos a mares onde o vidro sem rolha já não é baço nem verde onde os náufragos de corpo morno fechado em abrigo de porto
são as almas inquietas que o mergulham em abraço
a todos

bem-haja

27.4.08

Sentado no crepúsculo à beira-rio sobre os sonhos que inventa a cada dia para que lhe não morra a alma nem o corpo onde ainda mora e tanta falta lhe faz. Onde sem escolha tem que morar. Já pensara atirar a supérflua morada ao rio. Livrar-se do incómodo e trôpego peso a carne. E o que lhe pesa… perdeu a leveza e fulgor de outros tempos. Do tempo em que a matéria quase apanhava a fantasia e a acompanhava em loucuras imputáveis à idade. Do tempo em que lhe não sentia o peso em que o não arrastava pela calçada… quando corpo e alma eram um só. Do tempo em que o corpo levava a alma mais além, para depois do pensar e mais ainda. Quando voavam com a luz a par e passo num punhado de metros de corredor e se abrigavam entre muralhas impenetráveis de almofadas ou na infinita profundeza de uma gruta de lençóis. Quando as princesas moravam sós na mais alta torre do sofá e o bravo cavaleiro ia veloz em missão de salvamento a galope de vassouras. No tempo em que o ser era uno e o corpo um aliado. Agora nada lhe dá senão trabalho e precária morada. Já se enchera de vontade de o calar. Desocupá-lo no destino da corrente feito barco de papel. Dar-lhe bilhete de ida até ao mar. E é sempre na inclinação do mergulho quando o olhar respinga o espelho d’água que uma súbita saudade lhe atesta o peito e lhe acelera a cadência no vazio que enche de ritmo morno. Sente-se. Em palpitações plenas de vida. Comove-se. Foge-lhe a lágrima doce em sal serpenteando os vincados sulcos da face. Os traços minuciosamente esculpidos a tempo as doces marcas do viver do viver muito do viver em quantidade. Guarda-se o quanto na pele e no peito o seu valor. E tanto lhe vale o quanto tanto lhe valem aqueles sulcos… e toda a vida que por eles passou talvez já toda. Um arquivo repleto de memórias lá no sótão. Revolve-o. Onde as fronteiras e o tempo são voláteis onde se moldam a cada pensamento. E assim, livre de amarras com o sal cristalizado por entre as pregas da face ergue o corpo que amparado na bengala corre veloz por entre as vidas arrastadas da cidade. Vidas resumidas a corpos que hão-de um dia perecer em esquecimento vazios de luz. E de casa amparada no bordão toma novo sonho ou outro antigo e voa com a luz ou para lá dela entre princesas e castelos e muralhas veloz no dorso imaculado de unicórnio livre de tempos corpos ou amarras livre da leve fadiga de criança… e entre lembranças soltas a galope impele agora aos poucos o peso que o persegue a toda a hora os pesados passos de um sorriso a cada dia mais inteiro em verdade e em memórias.

23.2.08

inexplicavelmente escolhe deixar o verbo definhar moribundo encharcado no amarelo-fosco que escorre no silêncio nocturno de qualquer lampião… e dentro de si entre ses ganhos para a vida inventa conjugações

"do one thing everyday that scares you" - Baz Luhrmann

19.2.08

Ouve o grito-luz que carrego a cada olhar. O beijo-brisa que a cada dia deixo ao de leve nesse teu rubro-maçã… anseio a cada hora o doce-abraço desses lábios. O fresco dessa fonte vermelho-cereja compota suave da doçura que te envolve…

"you... strange as angels" - The Cure

18.2.08

Foi hoje que o pobre do céu ainda trôpego no andar e olhar colado em cristais de sono se emaranhou nos chinelos e caiu todo por cima de mim… e de tantos

dias assim são incompatíveis com obrigações matinais

15.1.08

Talvez um dia os nossos passos se tropecem por entre a poeira sinuosa dos caminhos...

30.11.07

ris-te. nesse rosto feliz de criança esse riso que é do mundo que perde o fôlego entre gargalhadas de vida. tanta que quase não cabe em tão pequeno ser. e és. vida a cada momento a cada momento um sorriso…

a IF *

19.11.07

Por entre o marasmo das letras passa o tempo incontornável. Foi no 18 que os 28 se contaram. Que passe pois a seu ritmo e se cumpra o destino no fim.


Menos palavras, a mesma presença…

12.10.07

A espontaneidade morreu. Num repente como se dela se tratasse. Nada surge do nada tudo se faz crescer ou nascer se não inato. E o destino escrito diariamente até ao fim. Há quem lhe chame futuro há quem o trate por sonho ou simplesmente amanhã…

8.10.07

A luz foi-se há horas. E com ela todo um mundo do dia-a-dia. A inquietude duma vela dessa vela! Quanto silêncio! De quando em quando ouves gente como tu. Quase em desespero tão longe de ti. E que fazer agora sem luz? Num repentino mergulho em silêncio de cera no ribombar de ininterruptos tic-tacs. Paras o tempo. Finges pará-lo quando o calas para que não lembre o agora moroso passar. E ficas tu. Fitas a dança ritmada dessa chama. O balançar terno e sensual. A volúvel dança em nostalgia feita forma. E o que te lembra. Tanto do que foste e do que te faz hoje ser. Falta-te a melodia a acompanhar. Faltam-te os sonhos feitos som falta-te vida para lá de ti. E de novo o desespero de quem já não sabe falar. A ansiedade eufórica enche o escuro das ruas. E de repente tudo pára. Até o tempo já sem voz para ripostar. Enches a alma de cheiro a pavio sentes o quente no rosto no peito e o bafo agridoce a nostalgia. O mar que te encharca o palato e te espreme devagar. Lembras tanto do que foste tanto que não quiseste ser. E aprendes-te em monólogos peças soltas do pensar. Sabes-te um pouco mais na verdade que te faz a alma na cobarde coragem que te molda o ser. O mundo dorme. A luz foi-se há horas. E tu de tempo parado e nova vela. Lês-te. Sorris na abrangência do que não vês.

riscos

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symon
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