Meditação: encontre o seu estado zen
Terapia holística praticada em todo o mundo, seja com objectivos espirituais, físicos ou psicológicos, a principal finalidade da meditação é sossegar uma mente irrequieta e a “explodir” com recordações, ideias, obrigações, palavras, imagens e emoções de uma vida que não tem tempo para parar. Enquanto terapêutica alternativa, a meditação ou o “relaxamento consciente”, promove uma serenidade absoluta que, embora possa levar anos a aperfeiçoar, vale a pena. Pronto para encontrar o seu estado zen?
A arte de meditar
A meditação acompanha a humanidade há mais de cinco mil anos e está presente, de uma forma ou de outra, em quase todas as grandes religiões do mundo. Tradicionalmente, meditar era uma disciplina que buscava o crescimento espiritual, a sabedoria e o “verdadeiro eu”. Hoje, e embora mantenha essa faceta, a meditação vai mais longe e a sua pluridisciplinidade é utilizada para combater o stress dos tempos actuais, melhorando o bem-estar geral, mas também na luta contra várias doenças do foro físico e psicológico. Apesar das diferentes maneiras que é vista e praticada em todo o globo, a meditação pode ser definida como “direccionar a atenção de forma consciente para poder alterar o seu próprio estado de consciência”.
Terapia tranquila, terapia saudável
A prática meditativa está dividida em duas categorias: a meditação de concentração (exige a concentração total sobre uma imagem, um som ou a respiração para tranquilizar a mente e permitir uma maior consciência e claridade); e a meditação de observação (a atenção é completamente aberta de forma a poder ter uma consciência total de tudo aquilo que “passa pela cabeça”, mas sem pensar nelas; esta “não-reacção” desencadeia um estado mental sereno e lúcido). Os avanços da ciência e consequentes estudos vieram entretanto mostrar que mais do que estar sentado no chão a pensar em nada, o estado de relaxamento conseguido pela meditação contribui para uma saúde impressionante porque desencadeia múltiplos factores psicológicos e bioquímicos – todos eles benéficos para o corpo, mente e alma. Actualmente, são muitas as terapias naturais – acupunctura, técnicas de visualização, aromaterapia, ioga, tai-chi, musicoterapia, massoterapia e hipnoterapia, entre outras – que incorporam elementos da meditação.
Benefícios físicos
- Um descanso puro e absoluto
- Diminuição dos níveis do cortisol (hormona do stress)
- Redução dos radicais livres (contribuem para o envelhecimento e algumas doenças)
- Diminuição da pressão arterial elevada
- Pele com maior resistência (uma pele com pouca resistência está ligada a elevados níveis de stress e ansiedade)
- Maior resistência muscular
- Redução dos níveis de colesterol
- Melhoramento da respiração (maior e melhor fluxo de ar para os pulmões)
- Longevidade (sentir-se e parecer mais novo do que realmente é)
Benefícios psicológicos
- Maior coerência entre ondas cerebrais (resulta numa maior criatividade, capacidade de aprendizagem aguçada, QI mais elevado, intuição mais astuta, excelentes níveis de concentração e de memória…)
- Diminuição da ansiedade e depressão
- Diminuição da irritabilidade e alterações de humor constantes
- Sentimento de vitalidade e de rejuvenescimento
- Mais alegria, felicidade
- Estabilidade emocional
O papel da meditação na doença
Como complemento ou não da medicina tradicional, a meditação é já amplamente utilizada no melhoramento e tratamento das seguintes perturbações de saúde física e mental:
- Toxicodependência
- Controle de stress
- Controle de dor crónica ou pontual (por exemplo: no parto)
- Cancro e outras doenças prolongadas
- Doenças cardíacas
- Perturbações respiratórias
- Pressão arterial elevada
- Infertilidade
- Tensão pré-menstrual
- Psoríase
- Enxaquecas
- Insónias
- Ulceras
- Síndrome de cólon irritável
- Fibromialgia
Como fazer
A meditação é uma terapia segura e passível de ser praticada por pessoas de todas as idades. Recomenda-se uma formação inicial com um terapeuta especializado e experiente para que depois possa realizar a prática meditativa no conforto da sua casa sempre que quiser. Dominar esta arte demora anos de aperfeiçoamento e de dedicação que passa, naturalmente, por uma prática diária (até duas vezes por dia), numa sessão única de 20 minutos ou então 2 sessões de 10 minutos cada. Os especialistas dizem que não tendo um carácter obrigatório, também se pode recorrer à meditação apenas em momentos onde sente a sua real necessidade. Experimente diferentes períodos ao longo do dia até perceber se o seu melhor momento para meditar é de manhã, de tarde ou à noite.
Os 4 elementos básicos
Existem muitas variantes da meditação mas todas têm em comum 4 elementos básicos, fundamentais para a prática meditativa:
- Um local tranquilo: essencial para poder levar a sua mente a um estado mais sereno, é um local igualmente sossegado; trata-se de um sítio que normalmente procura para relaxar.
- Uma posição confortável: o ideal é uma posição sentada, com a coluna completamente direita; existem várias posturas específicas da meditação, como a posição de lótus (completa e parcial), a posição egípcia ou birmanesa.
- Um objecto para focar: pode ser a concentração total sobre a respiração, a fixação do olhar num objecto físico ou a entoação de mantras (sons específicos).
- Uma atitude passiva ou uma consciência posicionada: considerado o elemento-chave da prática meditativa, define-se como o equilíbrio perfeito entre o estado de relaxamento e o estado de consciência total; está simultaneamente liberto do que se passa à sua volta e na sua mente, sem deixar de assistir ao “movimento” de imagens e pensamentos que inevitavelmente lhe passam pela cabeça.
O que esperar
A meditação invoca um turbilhão de sensações e de energias potentes que contribuem para desintoxicações físicas e emocionais mais ou menos acentuadas. Por isso mesmo, as experiências meditativas são ilimitadas: podem ser entediantes ou extasiantes, pacíficas ou agitadas, relaxantes ou inquietantes, negativas ou positivas, pode sentir uma claridade mental admirável ou então ter a cabeça cheia de insignificâncias, as energias podem estar em alta ou então sentir-se extremamente cansado. Todas estas experiências são normais e admissíveis, afinal o objectivo da meditação é aceitar tudo aquilo que possa vir ao de cima – só assim se incita a mudança e o crescimento.